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Edição especial de 50 anos da revista antirracista Tição é lançada em Porto Alegre

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Na terça-feira, 28, foi lançada a edição especial de 50 anos da revista Tição na Biblioteca Pública do Estado. Pioneira na história do movimento negro no Brasil, a publicação começou a ser gestada em meados da década de 1970, por um grupo de jornalistas negros que faziam resistência à ditadura civil-militar; o lançamento ocorreu em 1978. O Sintrajufe/RS estava presente, representado pela diretora Arlene Barcellos. A colega aposentada Lourdes Helena de Jesus da Rosa, escritora e pesquisadora do povo negro, foi entrevistada para a edição especial.

A revista Tição foi criada como um instrumento na luta contra a discriminação racial e a violência policial e para denunciar a falta de mercado de trabalho para negros e negras, além de divulgação da cultura afro-brasileira.

A atividade de lançamento contou com a presença de pessoas das áreas de cultura, literatura, comunicação e educação e lideranças do movimento negro. A condução foi feita pela escritora e musicista Lilian Rocha, que já foi homenageada com o Troféu Palavra Viva, com o qual o Sintrajufe/RS destaca pessoas importantes para o fomento da leitura no estado. A apresentação musical foi da cantora Marguerite Silva Santos, e Naiara Oliveira declamou um poema de autoria de seu pai, Oliveira Silveira, poeta e escritor, idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro. Também estavam presentes Ana Maria de Souza, primeira mulher negra na direção da Biblioteca Pública do RS, e a jornalista Vera Daisy Barcelos, fundadora da Tição.

Para a jornalista responsável e fundadora da revista, Jeanice Ramos, a edição de 50 anos da Tição “representa muito, historicamente e socialmente, porque fizemos um resgate das principais pautas da Tição e abordamos uma visão cosmopolita de todos os assuntos. Vimos que os assuntos não foram ultrapassados e que continuam fazendo parte da comunidade negra, e outros temas já superamos”, avaliou.

Emílio Chagas, editor e fundador da Tição, relembrou a primeira edição da revista: “Eu e Jorge Freitas militávamos no movimento negro e percebemos que a luta envolvia outras questões e não tínhamos nenhum espaço para discutir a identidade negra. Havia uma carência de profissionais negros nas universidades e nas redações dos jornais. Então, fizemos a revista em plena ditadura militar, enfrentando muita censura e perseguições. A partir daí, a revista se tornou um verdadeiro movimento que teve repercussão em todo o Brasil”, comentou. “Nesses 50 anos, notamos que o racismo ainda está aí e precisamos seguir com a luta antirracista”, finalizou.

A colega aposentada Lourdes Helena de Jesus da Rosa, escritora e pesquisadora do povo negro, com foco na história das mulheres negras, acompanhou o lançamento. Ela reforça que a revista foi um marco na história antirracista de Porto Alegre. “Na época de sua publicação, anos 78, 79, 80 do século 20, ainda vivíamos sob as agruras da ditadura, e lembro ser, para mim, um ato de atrevimento ter um exemplar em minhas mãos. Não conhecia e nada sabia de seus fundadores e editores e, com o passar dos anos, conheci e reconheci a importância e a coragem deles. Foi uma honra participar desta edição especial, como entrevistada, estar junto a tantas celebridades de papel importante na luta antirracista gaúcha”.

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