O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
Uma mulher registrou uma queixa contra um motorista de aplicativo por preconceito e intolerância religiosa. Elaine Maria Coelho Xavier relata que solicitou uma corrida com duas paradas no caminho e, enquanto saía do carro para fazer compras, o motorista postou vídeos na internet com comentários ofensivos.
Elaine estava a caminho do centro de Umbanda que frequenta, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na última quinta-feira (13). A primeira parada foi em uma floricultura e a segunda em um aviário.
A corrida foi realizada por Patrick Soares. Durante os momentos em que Elaine estava fora do veículo, ele gravou diversos vídeos em que a insultava. Elaine não tinha conhecimento de que estava sendo filmada e só descobriu a situação ao voltar para casa, às 20h, informada por uma prima que mora fora da Região Metropolitana.
No vídeo, Patrick disse: “Falaram que a gordinha ia fazer macumba para mim, filho. Meu irmão, não vem com esse papo de macumba para mim não, tô blindadão.”
Elaine ficou consternada ao ver o vídeo. Intolerância religiosa é crime e pode levar a até 5 anos de prisão.
“Para mim era um dia festivo, dia 13, dia de Santo Antônio e, para nós na Umbanda, dia de Exu. Eu saí de casa normalmente, minha filha chamou o aplicativo, e esse rapaz apareceu. Ele já começou me expondo. Adicionei duas paradas e ele começou a me filmar sem que eu percebesse,” explicou Elaine.
O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), e Elaine deve entrar com uma ação na Justiça.
“Me senti indignada, triste com tanto preconceito. Ele fez várias ofensas contra mim. Nasci e fui criada aqui, toda a minha família vive aqui e nunca fui tão desrespeitada,” destacou a passageira.
A TV Globo entrou em contato com a Polícia Civil e o aplicativo de corridas, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
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